quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Experiência em vendas vale para profissionais de todas as áreas


Como você imagina o desenvolvimento da carreira de um jovem que, aos 26 anos, ainda tentava aos trancos e barrancos agarrar seu diploma universitário? Essa história faz parte da trajetória de Antônio Salvador, 44 anos, executivo bem-sucedido com passagens por grandes companhias como Brahma, IMB e PricewaterhouseCoopers (PwC). Carioca da gema, Salvador é o atual diretor de Recursos Humanos da HP, área onde encontrou sua verdadeira paixão: a gestão de pessoas.
Formado em Comunicação Social pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, Salvador teve diversas experiências profissionais desde os tempos de faculdade, passando pelas áreas de vendas e consultoria até ocupar a liderança da área de RH da gigante de tecnologia. Na entrevista a seguir, ele conta sua trajetória profissional e as principais lições de carreira que teve até hoje. 
Trabalho e universidade
Uma das grandes dificuldades do início da minha carreira foi conciliar trabalho e faculdade. Eu comecei a me destacar no trabalho e os estudos começaram a ficar em segundo plano. Acabei postergando algumas matérias e só consegui me formar aos 26 anos, sete anos depois de ter ingressado no curso de Comunicação Social. Não me lembro com saudade da universidade. Foi um período muito difícil para mim.
Saiba vender seu peixe
Meu primeiro emprego foi de vendedor de anúncios de jornal para grandes empresas no Rio de Janeiro. Eu aprendi muito. Trabalhar em vendas é uma experiência que todo profissional deveria ter, pois mesmo que não seja sua área de atuação, em algum momento, você terá que convencer alguém a comprar sua ideia. No início da minha carreira, trabalhei em empresas pequenas e isso foi muito bom, pois tive a oportunidade de fazer um pouco de tudo: emitir nota fiscal, visitar clientes, preparar e embalar brindes. Para quem está começando, quanto mais rica a experiência, melhor.
Sem pressa e um passo de cada vez
Eu tinha mais ou menos 28 anos quando encontrei o que realmente queria fazer profissionalmente, que era atuar na área de Recursos Humanos. Hoje, olhando para trás, percebo que a gente se cobra, desde muito cedo, ter a clareza do que se vai fazer nos próximos 15 ou 20 anos. Essa cobrança é desnecessária. E quanto mais experiência o profissional tiver no início da carreira, mais fácil será decidir qual área o atrai.
Os ciclos de aprendizado
É importante ter uma jornada dentro de cada empresa, isto é, completar um ciclo com começo, meio e fim. Esse tempo varia, pode levar dois, três, vinte anos. Essas jornadas tendem a ser cada vez mais curtas, mas eu nunca vi alguém conseguir terminar uma jornada em três meses. Nesse tempo, você não sabe nem onde é o banheiro. Completar um ciclo garante o aprendizado e a evolução em cada experiência profissional.
No olho do furacão
É interessante trabalhar em setores ou empresas que estejam passando por momentos de transformação, pois são nesses períodos que surgem oportunidades e novos desafios. Se eu tive algum sucesso profissional é porque sempre busquei estar no olho do furacão. Eu gosto disso. Por exemplo, se surge um problema, eu quero estar no grupo que irá resolver o problema. E eu acredito que as empresas gostam de pessoas com esse perfil, e não daqueles que sentam e esperam outros encontrarem uma solução.
A importância de sair bem de uma empresa
É muito importante saber sair de uma empresa, já que é impossível prever se um dia você irá precisar voltar. Eu falo por experiência própria. Depois de um período de quatro anos como consultor na PwC, o mercado estava passando pelo boom das empresas pontocom e eu fui me dedicar a uma iniciativa da Promon voltada para educação e tecnologia. O negócio não teve sucesso e depois de dois anos de tentativas, voltei para a PwC. Isso porque mesmo quando estava na Promon, mantive uma relação excelente com meus antigos colegas e sócios na PwC.
O encontro com a área de RH
Após um ano e meio atuando na área de comunicação interna da Brahma, fui convidado para tocar o projeto da Universidade corporativa da empresa. Quando comecei a participar desse projeto, tive meu primeiro contato com a área de Recursos Humanos e treinamento de funcionários. Eu me apaixonei pelo tema gestão de pessoas e percebi como as pessoas de uma empresa podem realmente fazer a diferença nas organizações. Na época, eu tinha 28 anos e foi quando pensei: “É isso o que eu quero fazer”.
Qual indústria você conhece?
Cada vez mais as empresas vão buscar profissionais especialistas em determinada indústria. Seja a indústria de consumo, financeira, de tecnologia ou de prestação de serviço. Ter esse conhecimento do negócio faz a diferença para qualquer cargo que você venha a ocupar em uma corporação.
As lições de um bom feedback
Uma atividade que acho muito importante e tento exercitar com meu time é o feedback franco, honesto. É melhor você saber que não tem futuro numa organização cedo, para que consiga tomar uma atitude do que saber disso no momento da demissão. Quem está começando a carreira deve pedir feedback – é de graça, não dói e é importantíssimo para começar saber como o chefe ou gestor enxerga seu trabalho.  Um feedback positivo é esquecido em um dia. Já o feedback negativo é lembrado pelo o resto da vida, pois são nesses momentos duros, difíceis que o profissional realmente aprende e consegue se superar.
Conselhos para ter sucesso profissional
Os jovens devem ler, pesquisar, estudar, isto é, buscar ter o conhecimento mais amplo possível. Isso é muito rico, pois os insights vem de lugares que você menos espera. Também é importante estar atento ao que acontece no mundo e, em especial, na indústria que você trabalha ou pretende trabalhar. Quem está começando a carreira deve estar sempre com a antena ligada.
Agarre uma vaga de trainee sendo sincero
Os programas de trainee passaram por uma pasteurização. Para sair disso, o jovem precisa ser ele mesmo. Quanto mais honesto e firme ele for, mais sucesso irá ter. Porém, se no processo seletivo ele tentar dar repostas prontas, vai acabar tendo problemas quando começar a trabalhar na empresa
Fonte: MSN Carreira por Ana Luiza Jimenez

Onde estou gastando meu dinheiro?

"O controle das finanças pessoais é um grande desafio para todos, pois apesar de parecer ser algo simples de ser realizado, acaba por ser aquele a que a maioria das pessoas da a menor importância."


O controle das finanças pessoais é um grande desafio para todos, pois apesar de parecer ser algo simples de ser realizado, acaba por ser aquele a que a maioria das pessoas da a menor importância. Se forem observados as dicas do Instituto Disop, dispostas no final deste artigo, observa-se que a primeira dica é “Nunca gaste mais do que você ganha”.  Bem, se você continuar a leitura dessas dicas terá uma visão geral de como “não gastar mais do que ganha”, todavia na prática, como começar a fazer isso? De maneira simples, o primeiro passo é conhecer suas próprias finanças, ou seja, é necessário saber exatamente quanto ganha e também quanto e em que  gasta o seu dinheiro, para que seja possível então realizar uma previsão e verificar no que deve economizar.
 
É obvio que sempre devem haver cortes de gastos desnecessários, então se você os conhecer comece imediatamente, todavia, caso não seja ainda possível, inicie organizando-se, de forma à começar um controle de todos os recebimentos e pagamentos que realiza todos os meses, para depois partir para um orçamento pessoal e para o corte de despesas desnecessárias.
 
Como começar este controle? 
Se você não sabe por onde começar o controle, comece primeiramente levantando todos gastos que realizou no decorrer do mês anterior, por meio dos documentos pagos (boletos, faturas, supermercado etc.) depois faça uma relação, do tipo de despesa, data, destinatário do pagamento e valor pago e se essa despesa é fixa (ocorre todos os meses) ou variável (esporádica), como no exemplo abaixo:
Tipo DespesaDataDestinatarioValorFixa / Variavel
Luz03/03/2011Eletrosul
57,00
Fixa
Supermercado08/03/2011Carrefur
450,00
Fixa
Computador Novo09/03/2011Casas Bahia
1.800,00
Variavel
Dizimo10/03/2011Minha Igreja
100,00
Fixa
 
Provavelmente após fazer esse levantamento, verificará que a soma das despesas “colocadas no papel” é menor do que as que efetivamente ocorreram. Caso isso tenha ocorrido, não se desespere, lembre-se que você está começando a sua organização para “gastar menos do que ganha”. Essas diferenças ocorrem normalmente pois no dia-a-dia são realizados pagamentos de pequenas despesas, das quais não são solicitados os comprovantes, como por exemplo, um cachorro quente, almoço, bala, cupom de estacionamento etc. De inicio, não será necessário controlar todas essas despesas de maneira separada, todavia será necessário saber precisar o seu montante e, não sendo elas o ponto comprometedor do orçamento, podem ser chamadas meramente de “Outras Despesas”.

Supondo que você ao tentar realizar o levantamento acima, chegou a conclusão de que as “Outras Despesas” comprometem seu orçamento. Nesse caso, comece hoje mesmo ao final de cada dia montar a planilha acima e após um mês já terá a base uma base de quanto e em que gasta.

Por fim, seguindo esses passos iniciais você conhecerá suas finanças e já terá base suficiente para começar a cortar gastos desnecessários. Nos próximos artigos, avançaremos para um controle financeiro efetivo, com a criação de um orçamento de receitas e despesas, controle de contas a pagar e a receber (fluxo de caixa projetado), mesclando esses itens com Softwares e Planilhas que ajudem nessa tarefa.
 
"12 passos para controlar a vida financeira
1. Nunca gaste mais do que você ganha. Embora seja uma dica básica, muita gente esquece.
2. Faça levantamento dos ganhos e todos os gastos mensais. Assim é possível identificar os gastos e saber se foram necessários ou não.
3. Lembre-se dos imprevistos. Desemprego, doenças, não têm hora para acontecer e é preciso ter uma reserva para estes casos.
4. Pense antes de comprar! Muitas pessoas compram por impulso. É importante pensar se o produto é necessário, se o preço é bom, se cabe dentro do orçamento e se aquele dinheiro não vai fazer falta para comprar algo mais importante.
5. Compre à vista. Ao invés de pagar em 24 vezes, se economizar o valor da prestação por 12 a 15 meses, terá dinheiro para comprar à vista, quando normalmente dão desconto de 10%, e assim pode economizar quase 50%.
6. Procure nunca usar crédito ou dinheiro emprestado. No Brasil, com as maiores taxas de juros reais do mundo, para quem não tem controle sobre seu orçamento, isto é um suicídio financeiro.
7. Se o uso de crédito ou empréstimos for inevitável, faça pesquisa em bancos e financeiras e peça demonstrativos com valores que serão usados, juros que serão cobrados e os valores a serem pagos para ter certeza se é bom negócio e qual a melhor opção.
8. Diminua ou elimine os supérfluos. Gastar em bobagens que trarão satisfação momentânea pode trazer dores de cabeça no futuro, pois pode faltar recursos para pagar produtos e serviços importantes para você e a família.
9. Economize. Faça uso racional de tudo, desde energia elétrica até a alimentação. Excesso de consumo reflete no excesso de gastos.
10. Pesquise preços. Algumas horas de pesquisa podem significar a economia de muitos dias de trabalho.
11. Troque dívidas mais caras por dívidas mais baratas. Não pague conta de loja, que tem juros de 2% ao mês com o cartão de crédito que tem juros de 12% ao mês. Faça-o somente se tiver o dinheiro para pagar o total da fatura no final do mês. Assim, mais vale ficar com a dívida da loja em aberto e quitar o cartão do que usar o cartão e criar bola de dívidas.
12. Aproveite os finais de ano para quitar dívidas. Nesta época, os credores precisam fazer caixa e ficam mais abertos a dar descontos para quitação de dívidas, que podem chegar a 90%.
Fonte: Instituto Disop

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Inovar é a receita do sucesso


A incansável busca por fórmulas mágicas para precificar os serviços de contabilidade parece nunca chegar ao fim. É como um milagre que os santos têm dificuldades para atender.
Os contadores costumam orientar seus clientes a levantar balancetes periódicos e analisar os resultados. Os que não conseguem obter lucro são advertidos da necessidade de revisão criteriosa dos custos e formação do valor de venda. Nosso conselho é que a elaboração do preço prescinda de criteriosa busca de todos os custos. Continuamos afirmando que precificar é uma arte que necessita de conhecimento, disciplina e dedicação de tempo, hábitos imprescindíveis para alcançar resultados positivos e conquistar a desejada fatia do mercado.
Dedico-me ao estudo desta metodologia há alguns anos e apresento abaixo o que chamo de “Princípios da Precificação”:
1. Faça pesquisas para conhecer as necessidades do mercado;
2. Saiba quais são os pontos fortes e fracos do produto ou serviço e os explore;
3. Relacione todos os gastos e os segregue por grupos - diretos, indiretos e de comercialização;
4. Encontre o critério mais adequado para o rateio dos gastos indiretos;
5. Apure os custos diretos por produto ou serviço, inclusive o valor da mão de obra direta;
6. Conheça a concorrência;
7. Trabalhe com o lucro líquido justo;
8. Administre os gastos;
9. Acompanhe atentamente os movimentos do  mercado;
10. Aprofunde os conhecimentos de precificação;
11. Retire o produto ou serviço do mercado no momento certo e inove.
Muitas vezes é difícil entender os motivos que levam alguns empreendedores a ter mais ou menos sucesso, mas posso garantir que aqueles que atentam aos princípios acima têm maiores chances de alcançá-lo.
Gilmar Duarte da Silva

Fisco fixa novos prazos para retificação dos arquivos da EFD


“A partir de janeiro do próximo ano, as retificações da Escrituração Fiscal Digital (EFD) poderão ser feitos até o terceiro mês subsequente ao encerramento da apuração.”

Os novos prazos para os ajustes foram fixados pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e Secretaria da Receita Federal por meio do Ajuste Sinief nº 11/2012.
Com a fixação dos prazos, as EFDs referentes a janeiro de 2013, por exemplo, poderão ser substituídas somente até o dia 30 de abril de 2013. Se o mês de referência for fevereiro, deverão ser alteradas até 31 de maio, e assim por diante. As EFDs referentes a períodos anteriores a 2013 poderão ser retificadas até 30 de abril de 2013.
Atualmente, não existe limite de prazo para realizar a retificação da EFD. A alteração referente a qualquer mês pode ser realizada quando o contribuinte desejar. Por meio da Instrução Normativa 1.295/2012, publicada na edição desta segunda-feira, 15, do Diário Oficial da União, a Receita Federal aprovou o layout do arquivo de importação de dados para o Programa Gerador da Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (PGD-Dmed) para apresentação das informações relativas aos anos-calendário de 2012 e 2013, nos casos de situação especial.
A Receita Federal também publicou o Ato Declaratório Executivo 93 Codac, que institui o código de receita 3290, correspondente a “R D Ativa – Multa Destinada ao FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador”, para ser utilizado no preenchimento de Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).
Fonte: TI INSIDE Online

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MULTA POR ERRO EM LIVRO FISCAL PODE SER ALTERADA


Com 27 páginas, o texto da minuta de uma medida provisória (MP) que acabaria com o Regime Tributário de Transição (RTT), à qual o Valor teve acesso, também estabelece algumas novidades que exigirão maior controle dos livros fiscais e contábeis pelas empresas. Se o texto for aprovado como está, caso os contribuintes errem, omitam ou atrasem o envio de informações referentes ao lucro real pelo Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), poderão sofrer pesadas multas. Isso porque eles passariam a pagar sobre percentuais de sua receita bruta, e não mais valores fixos.
O Fisco poderá cobrar multa de 0,01% da receita bruta por cada grupo de cinco informações no e-Lalur (livro eletrônico de apuração do lucro real) omitidas, incorretas ou inexatas. Caso a empresa deixe de enviar as informações no prazo, pagará 0,025% da receita bruta por mês de atraso. Assim, a Petrobras, por exemplo, pagaria R$ 61 milhões mensais por atraso no envio do e-Lalur e R$ 24 milhões por entrega de dados com erros. A Vale pagaria, respectivamente, R$ 25 milhões e R$ 10 milhões. Para a advogada Valdirene Lopes Franhani, do Braga & Moreno Consultores e Advogados, "isso seria eminentemente desproporcional e não seria razoável diante das polêmicas trazidas com a nova norma, que poderá valer já em 2013".
Hoje, segundo a Lei nº 10.426, de 2002, a multa é de 2% do imposto devido ao mês, na falta de entrega ou envio fora do prazo. Esse valor pode ser representativo para grandes empresas. Porém, no caso de erros, a legislação atual é bem mais branda. Deve ser aplicada multa de R$ 20 para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. "Ambas as penalidades em vigor atualmente são aplicadas em relação a dados da DIPJ, DIRF, DCTF e Dacon, as quatro principais declarações devidas ao Fisco pelas empresas de grande porte", afirma o contador Welinton Mota, da Confirp Consultoria Contábil.
A minuta também inviabiliza um tipo de planejamento tributário comum no mercado da construção civil. Segundo o advogado Fernando Moura, do Sacha Calmon - Misabel Derzi Consultores e Advogados, as incorporadoras - normalmente tributadas pelo lucro real - não poderão mais transferir receitas para as sociedades em conta de participação (SCPs) do grupo, caso elas sejam tributadas pelo lucro presumido, para reduzir os impostos a pagar. Um dispositivo do texto diz que "o regime de tributação da SCP deve ser o mesmo adotado pelo sócio ostensivo".
O texto também trata de contratos de permuta realizados por incorporadoras. A Receita não vai mais considerar como permuta a troca de um lote por unidades de empreendimento imobiliário, passando a tributar a operação. A minuta diz que, na hipótese de permuta envolvendo unidade imobiliária, será computado no lucro real a diferença entre o valor da transação e do valor justo. "Assim, isso passa a ser tributado mesmo sem a realização da transação", afirma Moura.
Para o contabilista Francisco Papellas Filho, do Braga & Moreno, esses valores a serem tributados seriam, com a edição da MP, pagos no ato da operação ao Fisco e não posteriormente, como era até então. Isso porque se a construtora, ao fazer a permuta com o dono do terreno, por exemplo, oferecesse duas unidades imobiliárias por um valor abaixo do mercado, a diferença seria embutida nos preços oferecidos nas outras unidades e tributada anos depois, quando fossem vendidas.
Outro esclarecimento trazido pela minuta da MP tem relação com o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP). Atualmente, o limite para remuneração do acionista por meio desse mecanismo é calculado ao se aplicar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5,5%, sobre o patrimônio líquido. O texto da minuta lista as contas do patrimônio que devem ser usadas como base de cálculo do limite anual do JCP (como capital e reservas de lucros e ações em tesouraria). Mas não aparece na relação a conta "outros resultados abrangentes". Nessa última conta entram, principalmente, variações de valor justo de ativos que não transitam diretamente pelo resultado, como ganhos com participações societárias ou instrumentos financeiros classificados como disponíveis para venda.
Um ponto que não foi tratado na minuta e que pode causar dúvidas envolve os custos incorridos com a emissão de debêntures. Segundo Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy Advogados, hoje, esses custos reduzem o patrimônio líquido da empresa. No RTT, no entanto, são tratados como despesas dedutíveis, neutralizando os efeitos fiscais das novas regras contábeis. "Como não se tem previsão sobre isso, não se sabe se deve prevalecer a forma utilizada hoje no RTT."